Acupuntura: um pouco de história

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A medicina tradicional chinesa tem trazido inúmeras contribuições à medicina mundial. Porém, muitas vezes permanece um estigma, que se trata de uma terapia complementar e/ou alternativa.

Aqueles que vêem a medicina tradicional chinesa com um pouco mais de respeito, até mesmo devido a sua condição de “anciã” perto do que chamamos medicina, não pode de maneira nenhuma considerá-la alternativa ou apenas complementar, mas sim uma maneira completa e global de prevenção, tratamento dos principais males.

A acupuntura como parte integrante da medicina tradicional chinesa (MTC) tem recebido contribuições ao seu desenvolvimento que datam de mais de 2500 anos. Atualmente, a cultura milenar está sendo cada vez mais integrada ao dia a dia da medicina ocidental, chegando inclusive à Medicina Veterinária.

Hoje em dia, fazem estudos na área da MTC por todo o mundo. Alia-se os conhecimentos antigos com os mais recentes meios de pesquisa e diagnóstico (Huisheng Xie, 2007; Litscher, 2009). Esta abundante cultura se torna mais respeitada e admirada por um maior número de profissionais da área da saúde (Haltrecht, 1999). Inclusive, com o reconhecimento da Organização Mundial da Saúde, que indica em sua lista de tratamentos médicos a acupuntura como técnica que beneficia diversos tipos de enfermidades, dentre elas: náusea e vômito pós-operatório e/ou quimioterápico, tratamento da dor, tratamento de dependentes químicos, entre outros (Chernyak e Sessler, 2005).

Já quando se trata de Medicina Veterinária observa-se uma ambigüidade na utilização de “novas técnicas de tratamento”. Como muitas vezes as novidades são testadas diretamente nos animais, é possível trazê-las rapidamente ao dia a dia do uso clínico ou cirúrgico veterinário. Porém, existe uma conseqüência disso: a medicina veterinária detém apenas um décimo das publicações científicas nessa área, o que leva a apresentar, como literatura científica principal, estudos de medicina tradicional chinesa na área humana.

A pequena parcela de estudos dedicada aos animais possui uma explicação histórica, já que os animais de estimação não possuíam quase nenhum espaço na china antiga. Sendo os cavalos, por sua utilidade na guerra e no trabalho, os únicos a receberem esses cuidados.

O reconhecimento científico da medicina tradicional chinesa é um importante passo rumo a ampliação de sua utilização, não apenas como método único, mas também como método adjacente às técnicas ocidentais de tratamento (Habacher, Pittler et al., 2006). A união de conhecimentos só traz melhorias aos seres que dependem de tratamento médico e consequentemente à saúde pública.

Att,

Dra. Carolinne Torres

Referências

Chernyak, G. V. e D. I. Sessler. Perioperative acupuncture and related techniques. Anesthesiology, v.102, n.5, May, p.1031-49; quiz 1077-8. 2005.

Hambacher, G., M. H. Pittler, et al. Effectiveness of acupuncture in veterinary medicine: systematic review. J Vet Intern Med, v.20, n.3, May-Jun, p.480-8. 2006.

Haltrecht, H. Veterinary acupuncture. Can Vet Journal, v.40, n.6, Jun, p.401-3. 1999.

Huisheng Xie, V. P., Ed. Xie´s veterinary acupuncture. Oxford Blackwell Publishing, v.1, p.359, First ed. 2007.

Litscher, G. Ten Years Evidence-based High-Tech Acupuncture Part 3: A Short Review of Animal Experiments. Evid Based Complement Alternat Med, Nov 5. 2008.

Luna, S. P. L., Emprego da acupuntura em anestesia, in: Anestesia em cães e gatos. São Paulo: Roca, v.1, p.389, Primeira ed. 2002.

Maciocia, G., Os fundamentos da medicina chinesa. São Paulo: Editora Roca, v.1, p.967, Segunda ed. 2007.

 

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