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Tenho esbarrado com esse questionamento frequentemente na minha profissão e resolvi ajudar os tutores  preocupados em identificar uma possível dor animal, com essas dicas e recomendações para o seu melhor amigo.

A dor nos animais, independente da espécie, varia muito individualmente, pois a tolerância que cada um tem para fatores álgicos (referentes à dor) depende da própria fisiologia, de questões de adaptação na natureza e de seleção natural ao longo de muitos anos.

Nos seres humanos, por exemplo, há uma diferença entre o limiar de dor nos povos que passaram por períodos grandes de guerras e batalhas e os povos dos “novos continentes”. Os chineses, portanto, apresentam uma maior tolerância à dor que os brasileiros.

No mundo animal não é diferente. Quanto mais adaptado o animal está ao meio em que vive ou quanto menos a espécie sofreu alterações externas – cruzamentos e inseminações artificiais, por exemplo – mais resistente será aos estímulos ambientais que causem dor. E isso ocorre por um simples fato: Quanto mais incapacitante for o fator externo para o animal, menores são suas chances de sobrevivência.

Agora vamos transportar essa informação para nossas casas! Como é o seu animal em relação aos estímulos externos? Assustado, estressado, rebelde, agitado, medroso ou raivoso? O tamanho do animal e sua natureza também costumam contar, assim como nossa relação com ele dentro de nosso território (lar).  Devemos levar essas informações em conta para definirmos se nosso animal é “forte” ou “fraco” para dor.

Gatos e demonstrações de dor

Os gatos são figuras difíceis de decifrar. Eles são felinos pequenos e, portanto, não estão no topo da cadeia alimentar, mas são caçadores por natureza e a demonstração de fraqueza, seja por dor ou qualquer indisposição, não será clara.

Cães e demonstrações de dor

Normalmente os cães de raças originadas com o propósito de luta, trabalho ou caça possuem tolerâncias maiores à dor. Portanto, caso você tenha um Pit Bull ou um Labrador fique atento, pois vai ser mais difícil detectar quando e como esses animais demonstram dor.

Alguns indícios fortes de dor podem vir de mudanças de hábitos. Como, por exemplo, no caso de animais que com a idade deixam de subir em alguns locais antes explorados por eles. Ao contrário do que muitos pensam isso não é “coisa da idade”, isso provavelmente deve-se a alguma limitação de coluna ou artropatia, ou ainda a algum episódio de dor aguda (ao subir ou descer do local em questão) o inibe de buscar novamente esse movimento.

Fonte da imagem: http://www.probioticsmart.com

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Outra demonstração muito comum é a interrupção de pelo menos uma das tarefas básicas como alimentação, hidratação, defecação (fezes) ou micção (urina)Nesses casos deve-se procurar a ajuda de um médico veterinário urgentemente!

A busca por ambientes calmos, com menos ou nenhuma iluminação pode indicar cefaléia (dor de cabeça), dor ocular ou até mesmo um comportamento defensivo por dor ou incômodo orgânico de alguma natureza. Fique atento se o animal que antes buscava estar junto à família agora está se afastando logo após a festinha de “oi”.

Deixar de comer alimentos ou petiscos mais resistentes ou até mesmo de roer aquele ossinho pode indicar problemas na cavidade oral, e dentre eles pode estar a dor de dente.

A felicidade constante é comum em alguns animais, portanto, não adianta esperar que eles parem de fazer “festa” ou parem de querer brincar com seus brinquedos prediletos. Eles podem se machucar ainda mais se fizerem essas atividades e já forem portadores de alguma alteração fisiológica – por isso é tão importante aprender a “ler” nosso animal nas suas entrelinhas!

O choro ao se levantar, deitar, subir ou descer de um móvel, ou ao ser pego no colo deve sempre ser levado em consideração, mesmo que o animal seja conhecidamente “dramático”. Isso porque esses movimentos podem desencadear sintomas de dor “escondidos” até então pelo próprio baixinho.

O que eu faço?

A busca por respostas é sempre a melhor ferramenta! Na dúvida ou na certeza da dor procure um médico veterinário. Caso ele seja um especialista, melhor ainda.

Aqui na Flor de Lótus já ajudamos muitos pequeninos (e grandes) peludos a voltarem aos seus hábitos mais felizes, e esperamos que essas informações ajudem cada vez mais animais a serem diagnosticados e tratados.

Ah, e mais uma coisa: não existe “não tem mais jeito”, sempre há meios de se obter boa qualidade de vida! Não desista!

Uma ótima semana a todos!